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Retirantes

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Feliz crise mundial a todos!


Este não é o desejo de quem aqui vos escreve. Longe de mim querer o mal alheio. No entanto, que motivos temos para comemorar? Os governantes, a burguesia, a polícia corrupta e os demais pensam apenas em si. Num futuro próspero por meio da manipulação da massa, na alienação do povo e na ausência de educação de qualidade para a sociedade.

Contudo, os erros dessa parcela gerou o caos econômico e o monstro de proporções catastróficas está aí assolando o mundo, tal qual o GODZILLA. E para reverter esse quadro caótico de altos e baixos da bolsa, somente a competência do contribuinte que, se já advinha de pouco terá de conviver com menos ainda.


Calamitosa situação é essa que vivemos. Pois, em universidades federais, onde é lugar de quem não tem recursos financeiros para sustentar sua formação superior ter de ver pseudos-hippies burgueses de consciência fajuta ocupar vagas e mais vagas.

Tenho calma o suficiente para não apenas ver, mas também ajudar a mudar isso.


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A Grécia é aqui...


Simplesmente, o buraco de evacuação está na mão. A beldade quer vetar o que a Assembléia Legislativa aqui do Rio Grande do Sul tenta aprovar. Professores merecem condições dignas de trabalho e remuneração. E essa pessoinha que ganha R$ 17 MIL e pico, que aumentou seu próprio salário, não deseja o mesmo para os discentes. E, ainda por cima, afirma que seu foco para 2009 é a educação. Complementa que conseguiu o tal do déficit zero, porém fala-se que uma estratégia melhor pensada concretizaria superávit. O lance mesmo são os puxa sacos, como jornalistas e promotores, agora desembargadores a babar no saco não, na xeca mesmo.

Queria que a Grécia fosse aqui. Teria um enorme prazer em chutar alguns traseiros.

Sem mais...
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Para aliviar a tensão... Não o tesão...







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Se tu lutas... Tu conquistas...


Nas circunstâncias as quais vivemos, sobrevivemos,
"problemas que afetam o povo da periferia"
O que se passa pela sua cabeça
Quando se esta desempregado,
seus filhos passando fome, uma grande família
E a necessidade pede, você poe na mira
Pessoas que não tem nada a ver com
o seu cotidiano de vida normal
La se foi um dia, Nasce o outro então
SNJ como sempre visa tudo
Um homem decadente, parado em meio ao tempo
Sem nenhum propósito de progresso consigo mesmo
Esta só, esta só, você esta só,
Odiado pela maioria das Pessoas
Vindo de má conduta, sem nenhum objetivo
A sua mente pequena queimando por dentro, queima, queima,
Eu lamento, só que não te entendo,
Você anda tomando varias atitudes que não convêm
E desde então o seu cotidiano de vida é anormal


Se tu lutas, Tu conquistas, é tipo assim
se tu lutas, Tu conquistas, é tipo essas
Se tu lutas, tu conquistas, Vai vendo
Povo brasileiro, sofredor, bom exemplo.

Se tu lutas, Tu conquistas, é tipo assim (fé em Deus)
se tu lutas, Tu conquistas, é tipo essas (vai vai vai)
Se tu lutas, tu conquistas, Vai vendo
Povo brasileiro, sofredor, bom exemplo.


Não ha limites para aquele que quer conquista,
Com pessimismo não achará saída,
Liberto e livre, ninguém aqui é incapaz,
Viver bem com a consciência Plantando a semente da paz
Ajudar ao próximo mais do que você pode
Sei que és forte, corajoso, não mede esforços,
A força divina não vai lhe abandonar,
O despertar do amanhecer é um nova conquista,
De quem não se entregou e para aquele que acredita,
Injustiça não há nas mãos de Deus,
Se apegue a ele
Pra que não seja mais um homem,
Pelo contrário, mostre ao próprio que é idôneo
Não queira nada na palma da sua mão,
Buscar no pé da mais trabalho,
No entanto valoriza o seu ato,
Dignidade, nem sempre assim pude viver,
Uma negrinha aos olhos da sociedade,
Piedade, Senhor tende piedade,
De todos aqueles espelhos de um herói com atitude
Daqueles meus irmãos desacreditados da vida,
Eu digo a eles.

Se tu lutas, Tu conquistas, é tipo assim
se tu lutas, Tu conquistas, é tipo essas
Se tu lutas, tu conquistas, Vai vendo
Povo brasileiro, sofredor, bom exemplo.

Se tu lutas, Tu conquistas, é tipo assim (fé em Deus)
se tu lutas, Tu conquistas, é tipo essas (vai vai vai)
Se tu lutas, tu conquistas, Vai vendo
Povo brasileiro, sofredor, bom exemplo.

Enquanto haver a vida haverá esperança,
Carregue essa frase contigo desde sua infância,
Sem cessar, sem parar, sem vacilar,
Não se deixe afogar em mares de lagrimas,
Na dor, na saudade, na solidão,
E não é, e não é, constituição,
O mais puro sentimento de um ser humano,
Alma limpa purifica o espírito,
Oh meu Deus me ajude neste intuito,
De levar a esperança ao desiludido
É difícil, mas não desisto,
Com os pés no chão, passo a passo, e conquisto.
Na Garra, na luta, com braveza,
Simples e humilde, um guerreiro, uma palavra,
Que te alimenta mais que a refeição diária
No leito do hospital se escuta aquela frase
Dentro da cadeia de sentença o martelo bate
Do orfanato ao azilo, velho solitário,
Na escuridão, sem a audição,
O corpo não se mexe, tipo vegetação
Se tu lutas, tu Conquistas, a caminhada é difícil,
Obtendo humildade, e não desanimo,
Ganhando coragem, porque o medo é uma bobagem,
Sai pra lá, sai pra lá negativismo,
Por Que aqui o lado é ativo e positivo,
Se errou, Volta do inicio,
Sem ansiedade, desta vez criativo,
E quando obter a prosperidade
Não vá se esquecer da solidariedade,
Porque riqueza partilhada é abençoada
Segue, segue a vida, vai vai vai,
Prossiga, prossiga, um sujeito logo, mas

Se tu lutas, Tu conquistas, é tipo assim
se tu lutas, Tu conquistas, é tipo essas
Se tu lutas, tu conquistas, Vai vendo
Povo brasileiro, sofredor, bom exemplo.

Se tu lutas, Tu conquistas, é tipo assim (fé em Deus)
se tu lutas, Tu conquistas, é tipo essas (vai vai vai)
Se tu lutas, tu conquistas, Vai vendo
Povo brasileiro, sofredor, bom exemplo.

"a verdade, o amor, a luz, o afeto, a coragem e a fé
Tem que partir de cada um de nós"
"viver, crescer, desempenhar-se"
"trabalhar, produzir, prosperar, é vencer sua meta,
Pois tu és útil"
"Graças a Deus..."
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Porcos fardados



O MST apossarar-se-á da fazenda Sotal, em São Gabriel!!!

"Nesta quinta-feira, os agricultores sem-terra estarão tomando posse da fazenda Sotal, em São gabriel, que ele tanto preservava. Ele deixou o cargo e, além de bandido, saiu como corrupto, por que foi indicado por um corrupto", afirmou ontem o deputado Adão Pretto (PT) sobre a saída do Coronel Mendes do comando da Brigada Militar.



Enquanto isso, o que é AI-5?

As escolas fazem questão de não ensinar... Mas quem determina o que deve ser ensinado nas salas de aula??? Afinal, quem governa o Brasil? Por que os jovens, atualmente, não sabem o que foi e o que é AI-5?!?!




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Desobediência Civil

1. OBEDIÊNCIA E RESISTÊNCIA. - Para compreender o que se entende por "Desobediência civil é necessário partir da consideração de que o dever fundamental de cada pessoa obrigada a um ordenamento jurídico é o dever de obedecer às leis. Este dever é chamado de obrigação política. A observância da obrigação política por parte da grande maioria dos indivíduos, ou seja a obediência geral e constante às leis é, ao mesmo tempo, a condição e a prova da legitimidade do ordenamento, se weberianamente entendermos por "poder legítimo aquele poder cujas ordens são obedecidas enquanto tais, independentemente de seu conteúdo. Pela mesma razão pela qual um poder que pretende ser legítimo encoraja a obediência e desencoraja a desobediência, enquanto que a obediência às leis é uma obrigação e a desobediência uma coisa ilícita, punida de várias maneiras, como tal.

A Desobediência civil é uma forma particular de desobediência, na medida em que é executada com o fim imediato de mostrar publicamente a injustiça da lei e com o fim mediato de induzir o legislador a mudá-la. Como tal é acompanhada por parte de quem a cumpre de justificativas com a pretensão de que seja considerada não apenas como lícita mas como obrigatória e seja tolerada pelas autoridades públicas diferentemente de quaisquer outras transgressões. Enquanto a desobediência comum é um ato que desintegra o ordenamento e deve ser impedida ou eliminada a fim de que o ordenamento seja reintegrado em seu estado original, a Desobediência civil é um ato que tem em mira, em última instância, mudar o ordenamento, sendo, no final das contas, mais um ato inovador do que destruidor. Chama-se civil precisamente porque quem a pratica acha que não comete um ato de transgressão do próprio dever de cidadão, julgando, bem ao contrário, que está se comportando como bom cidadão naquela circunstância particular que pende mais para a desobediência do que para a obediência. Exatamente pelo seu caráter demonstrativo e por seu fim inovador, o ato de Desobediência civil tende a ganhar o máximo de publicidade. Este caráter publicitário serve para distingui-la nitidamente da desobediência comum: enquanto o desobediente civil se expõe ao público e só expondo- se ao público pode esperar alcançar seus objetivos, o transgressor comum deve realizar sua ação no máximo segredo, se desejar alcançar suas metas.


As circunstâncias defendidas pelos fautores da Desobediência civil e que favorecem mais a obrigação da desobediência do que a da obediência são substancialmente três: o caso da lei injusta, o caso da lei ilegítima (isto é, emanada de quem não tem o direito de legislar) e o caso da lei inválida (ou inconstitucional). Segundo os fautores da Desobediência civil, em todos estes casos não existe lei em seu sentido pleno: no primeiro caso não o é substancialmente; no segundo e no terceiro não o é formalmente. O principal argumento deles é o de que o dever (moral) de obedecer às leis existe na medida em que é respeitado pelo legislador o dever de produzir leis justas (conformes aos princípios de direito natural ou racional, aos princípios gerais do direito ou como se lhes queira chamar) e constitucionais (ou seja, conformes aos princípios básicos e às regras formais previstas pela Constituição). Entre cidadão e legislador haveria uma relação de reciprocidade: se é verdade que o legislador tem direito à obediência, também é verdade que o cidadão tem o direito de ser governado com sabedoria e com leis estabelecidas.

II. VÁRIAS FORMAS DE RESISTÊNCIA. - Se é lícito desobedecer às leis, em que casos, dentro de que limites e por parte de quem, tornou-se já um problema tradicional que foi objeto de infinitas reflexões e discussões entre filósofos, moralistas, juristas, teólogos, etc. A expressão "Desobediência civil , a que nos referimos, bem ao contrário, é moderna e entrou no uso corrente através dos escritores políticos anglo-saxões, a começar pelo ensaio clássico Civil disobedience (1849) de Henry David Thoreau, no qual o escritor americano declara recusar o pagamento das taxas ao Governo que as emprega para fazer uma guerra injusta (a guerra contra o México), afirmando: "a única obrigação que eu tenho o direito de assumir é a de eu fazer em cada circunstância o que eu acho justo . Depois, perante a conseqüência do próprio ato que poderia levá-lo à prisão, responde: "Num governo que prende injustamente qualquer pessoa, o verdadeiro lugar para um homem justo é a prisão .

Em sentido próprio, a Desobediência civil é apenas uma das situações em que a violação da lei é considerada como eticamente justificada por quem a cumpre ou dela faz propaganda. Trata-se de situações que habitualmente são compreendidas pela tradição dominante da filosofia política sob a categoria do direito à resistência. Alexandre Passerin d'Entrèves distinguiu oito modos diferentes de o cidadão se comportar diante da lei:

1º - obediência de consentimento; 2º - obséquio formal; 3º - evasão oculta; 4º - obediência passiva; 5º - objeção de consciência; 6º - desobediência civil; 7º - resistência passiva; 8º - resistência ativa. As formas tradicionais de resistência começam na resistência passiva e terminam na resistência ativa. A Desobediência civil, em seu significado restrito, é uma forma intermédia. Na esteira de Rawls, d'Entrêves define-a como uma ação ilegal, coletiva, pública e não violenta, que se atém a princípios éticos superiores para obter uma mudança nas leis. Podemos distinguir as situações que entram na categoria geral do direito de resistência, baseados em diversos critérios calcados no tipo de desobediência em ato: a) omissiva ou comissiva que consiste em não fazer o que é mandado (o serviço militar, por exemplo) ou em fazer aquilo que é proibido (é o caso do negro que se senta num lugar público interditado a pessoas de cor); b) individual ou coletiva, segundo é realizada por um indivíduo isolado (é típico o caso do objetor de consciência, que geralmente age só e em decorrência de um ditame da própria consciência individual) ou por um grupo cujos membros condividem os mesmos ideais (são exemplo típico disso as campanhas de Gandhi pela libertação da índia do domínio britânico); c) clandestina ou pública, ou seja preparada e realizada em segredo, como acontece e não pode deixar de acontecer no atentado anárquico baseado na surpresa, ou, então, anunciada antes da execução, como acontece habitualmente com a ocupação das fábricas, de casas, de escolas, feita com a finalidade de obter a revogação de normas repressivas ou impeditivas consideradas discriminatórías; d) pacífica ou violenta, isto é, realizada através de meios não violentos, como o sit-in e toda a forma de greve, de uma maneira geral (falamos tanto da greve ilegal quanto da greve lícita, havendo sempre formas de greve consideradas ilícitas), ou com armas próprias ou impróprias, como acontece geralmente numa situação revolucionária (note- se que a passagem da ação não violenta para a ação violenta coincide muitas vezes com a passagem da ação omissiva para a ação comissiva); e) voltada para a mudança de uma norma ou de um grupo de normas ou até do ordenamento inteiro. Sua natureza não é de molde a questionar todo o ordenamento, como acontece com a objeção de consciência em relação à obrigação de prestar o serviço militar, muitas vezes em circunstâncias excepcionais, como é o caso de uma guerra considerada particularmente injusta (para darmos um exemplo recente que colocou em discussão com particular intensidade o problema da Desobediência civil, lembramos a guerra do Vietnam) nem tende tampouco a derrubar um sistema por inteiro como acontece com a ação revolucionária. Além disso, a desobediência pode ser, segundo uma distinção que remonta às teorias políticas da idade da Reforma, passiva ou ativa. Ë passiva aquela que visa à parte preceptiva da lei e ~ão à parte punitiva; por outras palavras, é aquela que é realizada com a vontade precisa de aceitar a pena que daí resultar e, enquanto tal, na medida em que não reconhece ao Estado o direito de impor obrigações contra a consciência, reconhece-lhe o direito de punir toda a violação das próprias leis. Ativa é a que se dirige ao mesmo tempo para a parte preceptiva e para a parte punitiva da lei, de tal modo que o que a realiza não se limita a violar a norma mas tenta subtrair-se à pena de todas as maneiras.

Combinando os diversos aspectos de cada critério com todos os outros se obtém um número notável de situações que não é o caso enumerar aqui. Apenas para dar um exemplo, a objeção de consclencta ao serviço militar (nos países onde a lei não a reconhece) é omissiva, individual, pública, pacífica, parcial e realiza uma forma de desobediência passiva. Outro exemplo clássico é o do tiranicidio, que é comissivo, geralmente individual e clandestino (não declarado por antecipação), violento e total (tende, como o dos monarcômacos das guerras religiosas dos séculos XVI e XVII ou o dos anarquistas das lutas sociais do século XIX, para uma mudança radical do Estado em exercício) e realiza, também, uma forma de desobediência ativa. Voltando à Desobediência civil, tal como é concebida habitualmente na filosofia política contemporânea - que leva em consideração as grandes campanhas não violentas de Gandhi ou as campanhas para a abolição da discriminação racial nos Estados Unidos - ela é omissiva, coletiva, pública, pacífica, não necessariamente parcial (a ação de Gandhi foi certamente uma ação revolucionária) e não necessariamente passiva (as grandes campanhas contra a discriminação racial tendem a não reconhecer ao Estado o direito de punir os pretensos crimes de lesa discriminação).


III. Os CARACTERES ESPECÍFICOS DA DESOBEDIÊNCIA CIVIL. - Com a finalidade de distinguir a Desobediência civil de todas as outras situações que entram historicamente na vasta categoria do direito de resistência, as duas características mais relevantes entre as que acima foram citadas são a ação de grupo e a não violência. A primeira característica serve para distinguir a Desobediência civil dos comportamentos de resistência individual sobre os quais se apoiaram geralmente as doutrinas da resistência na história das lutas contra as várias formas de abuso de poder. Típico ato de resistência individual é a objeção de consciência (pelo menos na maior parte dos casos em que a recusa de servir às Forças Armadas não é feita em nome da militância em uma seita religiosa, como a dos Mórmons ou dos Testemunhas de Jeová) ou o caso hipotético aventado por Hobbes daquele que se rebela contra o soberano que o condena à morte e lhe impõe que se mate. A desobediência é individual mesmo quando apela para a consciência de outros cidadãos, como é o caso de Thoreau em não pagar as taxas. Individual também o caso extremo de resistência à opressão, o tiranicídio. A segunda característica - a da não violência - serve para distinguir a Desobediência civil da maior parte das formas de resistência de grupo, que diferentemente das individuais (geralmente não violentas) deram lugar a manifestações de violência onde quer que foram realizadas (desde o motim à rebelião, e desde a revolução à guerrilha).

Se portanto tomarmos em consideração os dois critérios mais característicos dos vários fenômenos de resistência, o que distingue resistência individual de resistência coletiva e resistência violenta de resistência não violenta, a Desobediência civil, enquanto fenômeno de resistência de grupo e não violento, ao mesmo tempo, ocupa um lugar preciso e bem delimitado entre os dois tipos extremos, historicamente mais freqüentes e também mais estudados, da resistência individual não violenta e da resistência violenta de grupo. A Desobediência civil tem o caráter de fenômeno de grupo próprio da resistência coletiva, pelo menos em certos casos de massa e, ao mesmo tempo, tem o caráter predominante da não-violência próprio da resistência individual. Por outras palavras, é uma tentativa de repëlir do grupo "sedicioso as técnicas de luta que lhe são familiares (o recurso às armas, próprias ou impróprias) e levá-lo a adotar comportamentos que são característicos do objetor individual (a recusa de porte de armas, o não-pagamento de taxas, a abstenção da realização de um ato que repugna à própria consciência, como a adoração de deuses falsos e mentirosos, etc.).

A Desobediência civil, enquanto é uma das várias formas que pode assumir a resistência à lei, é também e sempre caracterizada por um comportamento que põe intencionalmente em ação uma conduta contrária a uma ou mais leis. Deve portanto distinguir-se de comportamentos que muitas vezes a acompanham e que, embora tenham o mesmo fim de contestar a autoridade fora dos canais normais da oposição legal e do protesto público, não consistem numa violação intencional da lei. A primeira distinção a fazer é entre Desobediência civil e o fenômeno recente e clamoroso da contestação, ainda que muitas vezes a contestação termine em episódios de Desobediência civil. O melhor modo de distinguir a Desobediência civil da contestação é o recurso aos dois respectivos contrários: o contrário de desobediência é a obediência e o contrário de contestação é a aceitação. Quem aceita um sistema está obedecendo a ele; mas pode-se obedecer sem o aceitar (na verdade a maior parte dos cidadãos obedece por força de inércia, por hábito ou por imitação ou ainda por um vago medo das conseqüências de uma eventual infração, sem entretanto ficar convencida de que o sistema a que obedece seja o melhor dos sistemas possíveis). Por conseqüência, a desobediência na medida em que exclui a obediência constitui um ato de ruptura que põe em questão o ordenamento constituído ou uma parte dele, mas não o coloca efetivamente em crise. Enquanto a Desobediência civil corresponde sempre a uma ação ainda que meramente demonstrativa (rasgar, por exemplo, o certificado de convocação para o serviço militar), a contestação é feita através de um discurso crítico, através de um protesto verbal ou da enunciação de um slogan (não é por acaso que o lugar onde se desenvolve mais freqüentemente um comportamento de contestação é a assembléia, que é um lugar onde não se age mas se fala. O outro comportamento que convém distinguir da Desobediência civil é o do protesto sob a forma não de discurso mas de ação exemplar, como jejum prolongado ou o suicídio público mediante formas clamorosas de autodestruição (como o pegar o fogo no próprio corpo depois de derramar nele matérias inflamáveis). Antes de tudo, estas formas de protesto não são, como a desobediência, ilegais (se se pode discutir a liceidade do suicídio, não é certamente discutível a liceidade de jejuar na medida em que não existe a obrigação jurídica de comer); em segundo lugar, elas pretendem atingir como meta modificar uma ação da autoridade pública considerada injusta, não de uma forma direta, isto é, fazendo o contrário daquilo que deveria ser feito, mas indiretamente, buscando despertar um sentimento de reprovação ou de execração contra a ação que se quer combater.



IV. A DESOBEDIÊNCIA CIVIL E AS SUAS JUSTIFICATIVAS. - A Desobediência civil é, como se disse no início, um ato de transgressão da lei que pretende ser justificado e que acha nesta justificação, portanto, a razão da própria diferenciação de todas as outras formas de transgressão. A fonte principal de justificação é a idéia originariamente religiosa e, posteriormente laicizada na doutrina do direito natural, de uma idéia moral, que obriga todo o homem enquanto homem e que como tal obriga independentemente de toda a coação, e por conseguinte em consciência, distinta da lei promulgada pela autoridade política, que obriga apenas exteriormente e se alguma vez obriga em consciência é apenas na medida em que é conforme à lei moral. Ainda hoje, os grandes movimentos de Desobediência civil, desde Gandhi até Luther King, registraram uma forte conotação religiosa. Gandhi disse certa vez a um tribunal que devia julgá-lo por um ato de Desobediência civil: "Ouso fazer esta declaração não certamente para subtrair-me à pena que deveria ser-me aplicada, mas para mostrar que eu desobedeci à ordem que me havia sido dada não por falta de respeito à autoridade legítima, mas para obedecer à lei mais alta do nosso ser - a voz da consciência (Autobiography, V Parte, cap. XV).

A outra fonte histórica de justificação é a doutrina de origem jusnaturalista, transmitida depois à filosofia utilítarista do século XIX, que afirma a supremacia do indivíduo sobre o Estado e de que deriva a dupla afirmação de que o indivíduo tem alguns direitos originários e inalienáveis e que o Estado é uma associação criada pelos próprios indivíduos através do consenso comum (contrato social) para proteger seus direitos fundamentais e assegurar a sua livre e pacífica convivência. O grande teórico do direito de resistência, John Locke, é jusnaturalista, individualista e contratualista e considera o Estado como uma associação surgida do consenso comum dos cidadãos para a proteção de seus direitos naturais. Ele exprime seu pensamento deste modo: "O fim do Governo é o bem dos homens; e que coisa é melhor para a humanidade: que o povo se ache sempre exposto à ilimitada vontade da tirania ou que os governantes se achem por vezes expostos à oposição, quando se tornam excessivos no uso de seu poder e o usam na destruição e não na conservação das prerrogativas do povo? (Segundo tratado sobre o Governo, § 229).

Uma terceira fonte de justificação é, finalmente, a idéia libertária da perversidade essencial de toda a forma de poder sobre o homem, especialmente do máximo poder que é o Estado com o corolário de que todo o movimento que tende a impedir a prevaricação do Estado é uma premissa necessária para instaurar o reino da justiça, da liberdade e da paz. O ensaio de Thoreau começa com estas palavras: "Eu aceito de bom grado o mote: O melhor Governo é o que governa menos - . . . Levado às extremas conseqüências conduz a esta outra afirmação em que também creio: - O melhor Governo é o que de fato não governa . Manifesta é a inspiração libertária em alguns grupos de protesto e de mobilização de campanhas contra a guerra do Vietnam nos Estados Unidos dos anos 60, que teve no livro de Noam Chomsky, Os novos mandarins, 1968, uma das expressões culturais mais sábias.



BIBLIOGRAFIA. - Aui. VÁR., Civil di sobedience. Theorv and practicc, New York 1969; S. GENDIN, Governamental toleration of civil disobedience, in Philosophy and political aaion, Oxford University Press, London 1972 (e bibliografia citada); A. PASSERIN D'ENTREVES, Obbedienza e resistenza in una società democratica, Edizioni di Comunità, Milano 1970; Id., Obbligo politico e libertá di coscienza, in Riv. int. fil. dir. , 1973; R. P0LIN, Lobliga?ionpolitique, P. U. F., Paris 1971; M. WALZER, Obligation: Essays on disobedience, war and citizenship, Harvard University Press, Cambridge Mass. 1970.
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Regra de mãe

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CAPITALISMO GENOCIDA



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Afinal, o que realmente funciona nesse país?







Brutalidade e violência na ação do Estado brasileiro contra nativos durante desocupação de terras em Manaus dia 11 de março de 2008. Um massacre que dura mais de 500 anos e só terminará quando os nativos forem extintos. Confrontar a ação nociva do estado sobre a natureza de todo o país (e em especial da Amazônia) e a forma harmoniosa com a qual viveram os nativos ao longo de milênios nos deixa uma noção muito clara de quem deveria ter alguma legitimidade na exploração e administração dos recursos naturais.

Vemos de um lado uma horda de dezenas de brutamontes armados agindo a mando de um representante do elitista e muitas vezes corruptível poder judiciário (neste caso agindo em favor do latifundiário), empregando violência excessiva e investindo brutalmente contra mulheres e crianças. Do outro lado temos grupos de miseráveis violados em quase todos os seus direitos, muitas vezes manipulados por interesses políticos que desconhecem, tentando lutar por alguma dignidade.

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Ordem e Progresso Ovelhas!



Ouviram do Ipiranga às margens plácidas,
atrás das margens, gritos reprimidos por tortura,
lágrimas de um povo heróico – o brado que não retumba

O sol da liberdade, em raios contidos tem vergonha de brilhar
em nossa Pátria
Se a mentira desta igualdade, conseguimos demonstrar com braços mortos,
Em Teu seio, ó Liberdade, desafia à mortandade planejada
Ó Pátria amada, atraiçoada, queremos te salvar!
Brasil de um sonho intenso e pesadelo imenso
Um raio frio de amor e de esperança com a Terra chora
Se em teu fumaçoso céu, choroso e inerte,
à imagem do Cruzeiro, de vergonha não aparece
Gigante pela própria natureza!
És devastada, destruída, humilhada e fragilizada, sem amor,
Ó antigo colosso, e o teu futuro espelha este horror
Terra adorada por poucos – somente pelos filhos da Terra
Entre outras mil és tu Brasil como as demais latino-terras
Dos filhos indignos deste solo és mãe humilhada,
Pátria amada por poucos... Brasil.
Deitado eternamente amordaçado e outros em berço esplêndido,
ao som do mar e rios poluídos, trevas que afrontam o céu profundo..
Fulguras, Ó Brasil, como terceiro mundo, como lixo da América
abandonado e violado na camuflagem
que impede a chegada do sol para um novo mundo.
Do que a terra, mais varrida
Teus chorosos, tristes campos não têm flores
Nossos bosques têm desertos
Nossa vida no Teu seio, mais horrores
Ó Pátria amada
Idolatrada por alguns,
Salve-se! Salve-se!
Brasil de amor oculto nas florestas seja símbolo.
O lábaro que ostentas camuflado
E diga ao verde-louro desbotado pela farsa,
que a Paz é possível no futuro se os falsos filhos forem embora
para deixar cicatrizar as chagas do passado!
Mas se ergues da justiça (clavada)
verás que só os verdadeiros filhos não fogem à luta
e te cultuam nos resguardos das florestas e aldeias isoladas.
Nem teme, quem te adora de verdade, sem dinheiro, sem títulos e sem fardas.
Terra adorada!
Entre outras mil também és saqueada e humilhada.
Dos filhos deste solo, tens vergonha dos que violam tuas entranhas,
deserdados pela força de ancestrais heróis que ora se juntam a nós –
filhos autênticos que por ti morreram e morrem, Mãe Gentil,
PÁTRIA AMADA E AMARRADA, BRASIL!


Manuel Fernandes Moura, Índio Tukano
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Bushismo e Crusiusismo

George Herbert Walker Motherfucker Bush teve seu governo nos United States of Shit financiado por quem, na guerra contra o Iraque e Afeganistão? Aliás, quem financia os Estado Unidos da América?

Por meio da CIA há quem diga que Bin Laden fora financiado por Saddam Hussein, entretanto, quem financia esse maldito país capitalista? Não que todo cidadão norte-americano tenha que carregar esse fardo criado por seus governantes. Porém, vejamos que as atrocidades cometidas ao longo de toda a história desse país de merda se somadas ganham de longe da primeira e segunda guerra mundial.

Aí, eu mudo de assunto e resolvo falar na bendita casa da nossa queridíssima Governadora YEDA CRUSIUS. Haja vista que MAURO HIENA, digo, RENNER descartou indícios de crime ou improbidade. Oras! Para quem dizia que não era partidário e não tinha partido, esse baixinho que adora fumar um charuto grosso da transparência não está se saindo mal... Mas, também não cheira bem... Ou seja, não fede nem cheira, entretanto, pelo visto não cumpre o que diz.

No entanto, notem que ao mesmo tempo que OTARIANO, digo, OTAVIANO DE MORAIS perambula sabe lá onde fica essa secretaria da transparência... Ele também vaga pelos corredores do Ministério Público.

Ah! Ele é do MP e vocês não sabiam? E que cargo ele ocupa lá no Ministério Público? Quanto ele aposta na tacada de golf? Então, quer dizer que houveram por bem dizer que não há improbidade administrativa na porra da compra da casa de mais de um milhão de reais? Não há crime nesse negócio onde só um lado ganha? PUTA MERDA HEIN! Mas essa YEDA CRUSIUS sabe negociar!

E digo mais... Mas só depois, por que esse assunto vai render!
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Ex-Rio Grande do Sul


Atual Estados Unidos do Sul do Brasil!
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Leia com bastante atenção!


Aquele que não tem nenhuma confiança na capacidade criativa das massas e na capacidade delas se revoltarem é um filho de uma puta.

Sam Dolgoff
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Bando de Iludido II!

O Objetivo dos governos é sempre o mesmo: limitar o indivíduo, domesticá-lo, subordiná-lo e subjulgá-lo.

Max Stirner.
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Pedagogia Libertária

Nas ditaduras, o poder é tomado pelas armas, pela fome e pela morte. O capitalismo se utiliza da democracia para chegar ao poder pela compra dos votos e pela corrupção da Justiça. De qualquer modo, sempre há autoritarismo e violência na gênese do poder.

No entanto, a manutenção do poder de Estado nas ditaduras ou nas democracias capitalistas é garantida não mais diretamente pelas armas e pelo dinheiro. Vem sendo garantida pela família e pela escola, por meio da pedagogia autoritária, apoiada e estimulada pelo Estado autoritário.

Wilhelm Reich dizia que "a família burguesa capitalista espelha e reproduz o Estado". O mesmo se pode dizer das escolas onde também se pratica a pedagogia autoritária. Educadas dessa maneira, as crianças e os jovens tornam-se obedientes e submissos aos pais, aos professores e ao Estado.

Em verdade, tanto a pedagogia doméstica quanto a escolar, quando autoritárias, visam reprimir nas crianças e nos jovens o sentimento e a necessidade da liberdade como condição fundamental da existência. Sem esse sentimento e sem essa necessidade, desaparecem nas pessoas o espírito crítico e o desejo de participação ativa na sociedade. São os dependentes. Desgraçadamente, a maioria.

Na vida familiar, três são as armas principais da pedagogia autoritária: primeiro, o pátrio poder (os filhos devem obedecer aos pais, por lei, até a maioridade), o que é um abuso e uma violência tornados legais; segundo, o amor, sentimento natural de beleza e gratidão que os pais transformam em instrumento de dominação e de posse sobre os filhos, fazendo com que se submetam às suas vontades chantagísticas, usadas para não sentirem a dor do remorso e do abandono; terceiro, pela dependência dos filhos ao dinheiro dos pais e pela ameaça, também chantagística, de afastá-los de casa sem nenhum recurso financeiro.

Crianças que foram educadas sob uma destas três formas (ou sob todas) de autoritarismo entram na escola já deformadas e facilmente projetam nos professores o poder dos pais sobre si. Não conseguem criticá-los e, se o fazem, não transformam a crítica em ação, a não ser contra si mesmos, tornando-se indiferentes ao conhecimento e apresentando baixo rendimento escolar.

Homens e mulheres criados no ambiente familiar e escolar autoritários são os que garantem a manutenção das ditaduras e do capitalismo, bem como as falsas democracias. Eles "espelham e reproduzem o Estado", são pessoas neuróticas, fracas, despreparadas, incompetentes e impotentes para a vida pessoal plena e social satisfatória. Servem apenas para se submeter, obedecer, entrar em linha de montagem na produção, ser massificadas pela mídia e votar a favor dos poderosos, mostrando-se indiferentes, se conseguem um trabalho que os sustente, à miséria da maioria. Como conseguiu estudar ou trabalhar no sistema, pode suportar, indiferente, a convivência com os setenta milhões de conterrâneos que vivem na mais completa miséria.

Diante de um quadro desses, torna-se necessário, absolutamente indispensável, refletir sobre a possibilidade de interferência no sistema político burguês capitalista, especialmente sobre a sua pedagogia autoritária. É urgente descobrir alguma forma de atuação libertária em todos os níveis, desde as creches, passando pelas escolas primárias e secundárias, chegando, por fim, à universidade.


Roberto Freire
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Bando de Iludido!

Ocorre que não é preciso buscar aquilo que já temos. Assim, se pensamos ter o conhecimento, também pensamos não precisar buscá-lo. Daí porque, se estamos iludidos a esse respeito, essa ilusão é o maior bloqueio para a obtenção do conhecimento. Como já disse alguém, não há melhor prisão do que aquela que não se parece com uma prisão.


Júlio César Burdzinski
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Livrem-se das velhas categorias do negativo (a lei, o limite, as castrações,
a falta, a lacuna) que por tanto tempo o pensamento ocidental considerou
sagradas, como forma de poder e modo de acesso à realidade. Prefiram o que é
positivo e múltiplo, a diferença à uniformidade, os fluxos às unidades, os
agenciamentos móveis aos sistemas.

Michel Foucault
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Viver a vida

Porque alguém tem sempre que falar?
Muitas vezes não deveríamos falar, e sim ficar em silêncio.
Quanto mais se fala, menos as palavras significam.
Palavras devem expressar apenas o que queremos dizer.


em Viver a vida, de
Jean-Luc Godard
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Bukowski

O que mata não é a bebida, mas sim trabalhar antes do meio dia.


Charles Bukowski
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A burguesia fraudelenta e a bandidagem fardada

Seguem trechos de entrevista concedida pelo sr. Maurício Campos, membro do Comitê de Comunicação da Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência.


Pergunta – Qual é a política de segurança que existe hoje no Rio de Janeiro e qual a sua opinião sobre sua aplicabilidade?

— Aqui no Estado do Rio, e poderia dizer até no país, existe uma política de segurança e existe também uma prática das forças de segurança, que você nem pode chamar de política. Grande parte das forças de segurança é formada por grupos mafiosos, grupos que extorquem, têm negócios próprios, que exploram diversos serviços escusos e que em grande parte vivem de extorsão dos próprios bandidos não-fardados, dos próprios criminosos, do tráfico e por aí vai. Eu sempre coloco isso no início porque quando a gente fala em “política de segurança pública” parece que estamos tratando de um Estado de Direito, o que não é verdade. No Brasil não é isso.

O governo estadual, em particular, tem dado cada vez mais poder a essa polícia corrupta para executar uma política baseada no extermínio, no assassinato, na execução sumária. Por isso eu digo, em poucas palavras: é uma política de extermínio baseada na conivência com a corrupção e baseada na força bruta e no assassinato. Tem uma política que diversos setores chamam de criminalização da pobreza que não é exclusiva da área de segurança. É uma política que envolve os grandes meios de comunicação e envolve os governos, que têm estimulado isso claramente, não só a criminalização da pobreza, mas eu diria que o preconceito de corte fascista.

Pergunta – E qual a parcela de responsabilidade do monopólio da imprensa nessa situação?

— O monopólio dos meios de comunicação tem grande responsabilidade nisso. Sempre associando no noticiário a questão da criminalidade ao jovem negro, ao morador da favela. E por trás disso tem outra coisa, que é a influência do USA, que é a orientação de como as forças de segurança devem agir na América Latina. Isso não é invenção, está muito longe de ser uma teoria da conspiração. Existem dados concretos em relação a esse intercâmbio, a esse entrelaçamento entre as forças repressivas aqui no Brasil e a orientação estratégica militar do USA.

O Brasil, hoje, atua no Haiti a partir de uma estratégia traçada pelo USA, há muito tempo. Aquele Estado foi o primeiro a transformar o Haiti num campo de experimento de guerra urbana. Quer dizer, o Brasil está aprendendo e desenvolvendo técnicas próprias que já começa a usar. O próprio Beltrame [Secretário de Segurança Pública do RJ, José Mariano] já declarou que muitas das táticas e ações utilizadas na operação do Alemão foram desenvolvidas no Haiti pelas tropas brasileiras. Outro elemento são os diversos acordos e encontros com autoridades ianques, que desde que era candidato o Sérgio Cabral vem mantendo, e com autoridades colombianas. Sendo que todo mundo sabe que o governo colombiano é dominado por pára-militares, os que chegaram ao poder através do Uribe [Presidente Álvaro], que é o governo mais próximo do USA. Politicamente, militarmente, dentro da América Latina é o governo mais próximo. E o Sérgio Cabral elegeu a Colômbia, o governo colombiano, e a forma de agir do Exército e da Polícia colombiana como modelo para o Brasil. Visitou a Colômbia várias vezes. Fala isso abertamente, que vai tomar a política colombiana como modelo, em particular o modelo de Medellín, para aplicar aqui no Brasil.

Recentemente, no dia 17 de maio, o Sérgio Cabral se encontrou, aqui no Rio, com a Anne Peterson [embaixadora e secretária-adjunta do Bureau de Assuntos Internacionais de Entorpecentes e Aplicação da Lei do governo americano]. Na ocasião, oficialmente foram fechados acordos de treinamento de policiais do Rio de Janeiro pelo FBI. Ela é a principal conselheira da Condoleezza Rice, secretária de Estado do USA, para assuntos de drogas e “combate” a drogas no mundo. Quer dizer, uma pessoa do alto escalão do governo Bush se encontrou com Sérgio Cabral para firmar um acordo de colaboração direta do governo ianque com o governo do Estado do Rio de Janeiro. O documento final desse encontro não foi divulgado, mas a relação é clara. Não foi por acaso que, no mesmo dia em que se encontrou com Anne Peterson, o Sérgio Cabral fez um encontro com empresários no BNDES e utilizou aquela expressão: “A pressão no Complexo do Alemão não iria ceder porque o Alemão era um “foco de terroristas e gente do mal”. (?!) Exatamente com essas palavras. “Foco de terroristas e gente do mal”. Exatamente o discurso de George Bush, do governo ianque, em relação ao Afeganistão, ao Iraque, Faixa de Gaza…

Pergunta – Quais foram as denúncias dos moradores do Alemão?

— É o que tem sido denunciado por alguns órgãos e principalmente por alguns jornalistas da imprensa de São Paulo. A imprensa do Rio fez claramente um grande acordo de publicar muita pouca coisa das denúncias. Roubo, violação de domicílio, arrombamento de casas que estavam fechadas, incêndio de automóveis, arrombamento de automóveis, furto, espancamento, muita gente baleada e execuções sumárias. Vários relatos de execuções sumárias, de pessoas que já estavam rendidas. Teve um depoimento de que três rapazes já estavam rendidos numa casa, cercados. “Vamos sair, vamos sair…”. Saíram, os policiais mandaram eles se ajoelharem e fuzilaram na hora. Isso aí está em vários depoimentos. Esses depoimentos não estão sendo muito levados em consideração, estão pegando mais pelos laudos. O laudo já indica bem que foi execução, a maior parte pelas costas — uma prática comum da polícia: pegar a pessoa, espancar e mandar correr. Quando a pessoa corre, é fuzilada. Matam pelas costas. A outra é mandar ajoelhar e fuzilar. Então um laudo que indica muitos tiros pelas costas ou então tiro de cima para baixo geralmente é uma ou outra modalidade de execução. E outra modalidade muito comum é deitar de bruços e dar um tiro na nuca. 16 dos 19 corpos baleados pelas costas tem muitos tiros à curta distância. Se juntar esses laudos com os depoimentos, o fato de que quase todo mundo ou todos foram executados não vai dar para negar. Agora vamos ver até que ponto a investigação vai ser séria. Vai depender muito da pressão dos movimentos sociais e da pressão internacional.

Pergunta – Qual é a lógica dessa ação da polícia? É controlar, manter as pessoas com medo?

— São diferentes bandos que vivem da extorsão. Um bando policial para extorquir o tráfico de uma favela, por exemplo. Qual é a melhor maneira de negociar? A violência. Eles têm que mostrar que matam friamente, que são capazes de matar muito, e poder extorquir muito. A moeda de troca da polícia é a violência. O principal não é existirem policiais corruptos. É existir um sistema dentro do Estado que permite que esses policiais corruptos não apenas fiquem impunes, mas se reproduzam cada vez mais e tenham cada vez mais poder dentro da polícia. Hoje, a parte corrupta da polícia é tão poderosa que até os policiais que não são corruptos têm medo de fazer qualquer coisa. Não vou dizer que todos os policiais estão metidos com corrupção, mas aqueles que não estão, não têm poder nenhum. Tem comandantes que são líderes de verdadeiras quadrilhas. Quando sai de um batalhão leva com ele um monte de gente. Porque não querem se desfazer da quadrilha. Tem aquele Garcia, do 6º BPM, Álvaro Garcia, que era major quando teve aquele espancamento na Cidade de Deus. O cara chegou a coronel e ganhou o comando de um batalhão. Se fosse uma polícia, mesmo dentro das normas burguesas, jamais o cara seria promovido, ia ser afastado. Mesma coisa o Murilo Leite. Aonde vai leva o pessoal dele. Geralmente o policial não corrupto prefere até abandonar o trabalho na rua, arranja um jeito de ficar na burocracia.

Pergunta – Como isso pode funcionar?

— Existe uma orientação do Estado de permitir que essas máquinas, essas quadrilhas, dominem completamente e continuem com esse poder. Essa orientação vem da classe dominante, que fala assim: “Vamos trabalhar com essa bandidagem mesmo. Esses são os nossos protetores”. Também tem relação pessoal. Grande parte dos comandantes tem relação direta com políticos, empresários, familiares… É uma coisa muito imbricada. O que existe no Brasil é uma burguesia mafiosa. Uma burguesia que se organiza de maneira mafiosa e age de maneira mafiosa. É só ver os escândalos de corrupção que estão aí para entender tudo. Dá para ligar uma coisa com a outra. Eles agem de maneira mafiosa nas licitações públicas, agem de forma mafiosa nas eleições, agem de forma mafiosa na repressão policial… Toda forma de agir é assim. Com o objetivo claro de se manter no poder e continuar gerindo seus lucros cuja grande porcentagem é obtida de forma fraudulenta e irregular.

Pergunta – Você fez uma análise mostrando que é a primeira vez que o Estado justifica uma chacina. Pode explicar melhor?

— Se a gente pegar outros casos de matança cometidos pela polícia na história do Rio de Janeiro, matanças com muita gente, até então nunca o Estado chegou e disse que os policiais envolvidos estavam certos. Chacina da Candelária. Eram policiais contratados por comerciantes para “limpar” o centro das crianças de rua. Aí está: agiram contra a lei, não estavam fardados, e tal. Mesma coisa em relação a Vigário Geral, que embora tenham ido fardados, o Estado disse que eles não estavam em uma operação permitida. Disse que era uma operação ilegal. Nas outras grandes chacinas, a mesma coisa: nunca o Estado falou que eles estavam fazendo o serviço deles. Em ocasiões menores, sim, eles falavam isso. Agora, nessa chacina do Alemão, não. Até agora o discurso está sendo raivoso. “São todos bandidos”. Nem pensa “não, talvez…”. Mas não, o governador diz que todos são bandidos. Está nos jornais de 6 de julho de 2007: “A polícia fez certo. Vamos continuar”. Isso é um dado que mostra a escalada no sentido de liberar a polícia para fazer tudo.

Pergunta – Então a intenção é continuar?

— Eles não fariam um discurso tão duro se por trás disso não estivesse a intenção de continuar com essa política. Eles não arriscariam um desgaste político muito grande… E se começam a aparecer provas, como já estão aparecendo, de execução sumária? Eles vão ficar completamente… Mas não querem saber… Devem ter por trás muitas garantias do USA, para bancar esse jogo violento. Estão fazendo isso nesse momento, e ainda tem a questão do PAN. Estão todos olhando para os Jogos Pan-Americanos, e fazendo tudo para ele acontecer… Foi a ocasião que eles escolheram para essa radicalização. Agora, vai continuar. Porque essas armas compradas para o PAN permanecerão nas mãos dessa polícia. Assim como todos os equipamentos.

Pergunta – Qual o interesse do USA para manter esse estado de coisas?

— Olha, o interesse maior do USA é colocar em prática uma política mundial de militarização de todos os conflitos. Seja em países da Ásia, da África ou da América Latina, a idéia e a política que o USA tem implementado, e não é coisa só dos republicanos, não. O Clinton já tinha bombardeado o Sudão. É a questão de militarizar totalmente todos os conflitos. É uma política de guerra total. E utilizam diversos pretextos para isso. Principalmente dois: “terrorismo” e “tráfico de drogas”. E cada vez mais misturados. Os discursos estão cada vez mais misturando uma coisa com a outra. E o Cabral toda hora usa a palavra “terrorista” no lugar da palavra “traficante”. Está ensinando a alguns subalternos a usar esse discurso também. Toda hora trocar “traficante” por “terrorista” para se adaptar ao discurso dominante do USA. É uma política diante dos problemas sociais que o capitalismo está passando, com todo o desemprego e os conflitos sociais que isso gera, e passa a enfrentar isso com força bruta. E mais particularmente devido aos problemas específicos decorrentes do declínio dessa potência mundial.

A única vantagem que o USA têm hoje é a força militar. Tudo o mais ele perdeu. Não tem mais vantagem tecnológica, não tem mais vantagem econômica. Mas a vantagem militar, tem. Isso é inegável, é a maior de todas. Então, quanto mais avança a situação de guerra, de conflito no mundo, os setores do USA que detêm as maiores corporações do capital monopolista — que giram em torno do aparato militar, que são os mais poderosos — reúnem também mais condições de obter lucros.

Pergunta – Por último, pediria que você comentasse a foto daquele policial fumando charuto, caminhando ao lado de uma vala de corpos, numa quase obsessão do monopólio da imprensa pela figura que ele representa.

— Primeiro, aquele não é um policial qualquer que está fumando charuto. E nem é o charuto. Esse é apenas o lado pitoresco da história. O mais importante é saber que policial é aquele. É um policial altamente treinado, recebeu curso da Swat…

Pergunta – ...que é mais um indício de relação com o USA.

— Exatamente. E que abertamente fala que gostaria de estar na Faixa de Gaza. O Torres, esse policial, se ofereceu como mercenário para lutar no Iraque. Sabe essas empresas que contratam mercenários? Ele se ofereceu. Isso saiu na imprensa há algum tempo. Então, o importante ali é saber quem é aquele cara. E encarnando a figura do guerreiro, que dá tiro, que mata mesmo. E que vê isso como uma coisa tranquila. Deve ter parte da sociedade achando que diante disso tudo “a gente precisa de uma pessoa dessa, que mata friamente, que não se abala, que depois de matar ainda fuma um charuto. É o nosso Rambo”. Isso vem sendo trabalhado há muito tempo. O próprio filme Rambo é um exemplo dessa figura cultivada pelo monopólio da imprensa ianque.

Pergunta – Quando teve a outra ditadura, também se montou um sistema de comunicação que, a pretexto de integrar o Brasil, serviu de sustentação do regime. Você acha que hoje em dia acontece a mesma coisa? Seria possível sustentar esse modelo sem o aparato ideológico?

— Não. Sem essa imprensa, que inclusive é a mesma estrutura montada pelos militares, não seria possível. A Rede Globo continua dominando hoje. Com métodos mais sofisticados, como se fosse um pouco mais independente. De vez em quando solta uma matéria polêmica, mas na verdade é a mesma coisa. No dia-a-dia o que a gente vê… A questão da identificação, que sempre mostra cena de favela e tiro, favela e violência. É difícil ter um “Jornal Nacional” ou um “RJTV” sem imagem de favela. E, quase sempre, falando de tiro, de confronto. Favela e tiro, favela e confronto. Seria muito difícil criar uma justificativa social para tanta matança, tanta execução sumária, se não se criar na opinião pública pelo menos a seguinte visão: “Esse é o preço que a gente tem que pagar para a cidade não ser dominada pelos traficantes”. Mas já está dominada. Porque os grandes traficantes não estão na boca, são as grandes redes mafiosas que estão por aí, inclusive a polícia.

Pergunta – Na Rede Contra a Violência vocês, de fato, incomodam o poder. Vocês tentam organizar as massas, promovem atos, manifestações públicas, vão para as ruas. Eu soube que você já foi ameaçado pelo Comando de Caça aos Comunistas, além de ter recebido outras tentativas de intimidação. Pode me contar como foi?

— Foi em 2000. Fizemos uma manifestação sobre o aniversário de 7 anos da chacina de Vigário Geral. A manifestação foi massacrada pela imprensa. O próprio Garotinho, na época, foi à imprensa dizer que era uma manifestação organizada junto a traficantes, um troço muito pesado. Não houve repressão física, mas houve uma forte repressão da imprensa reacionária. Mas mesmo assim a gente conseguiu fazer a manifestação. Fiquei até impressionado, achei que ninguém ia. E eles avisaram: vai ter não sei quantos policiais à paisana filmando e fotografando porque a gente sabe que isso está sendo organizado por traficantes. Isso foi em agosto. Em setembro a gente fez uma manifestação na Praça XV, em frente à Bolsa de Valores. Quando a gente chegou, o pessoal ficou com medo e fechou a Bolsa. Aí a gente notou dois caras, de longe, tirando foto da gente. Estavam escondidos atrás do chafariz. Aí eu falei: “Vamos dar uma dura neles só pra mostrar que a gente não está de bobeira”. Aí fomos dois companheiros de cada lado e pegamos eles de surpresa. Um ficou apavorado e correu para Praça XV. O outro correu para lado do Paço Imperial. Fomos atrás desse. Ele saiu andando, quase correndo, e a gente atrás. Aí ele entrou num táxi, mas se deu mal porque a rua estava parada — ali está sempre engarrafado —, fechou o vidro e trancou a porta. Aí um companheiro chegou e deu uma porrada no pára-brisa e quebrou o pára-brisa. O cara ficou assustado. Eu disse: “Olha, você estava fazendo uma coisa que não deve. Fotografando a gente”. Ele disse “não, não, eu sou um cidadão, sou turista”. “Mas turista não fica fotografando escondido. Olha, tem um monte de gente aqui querendo te bater. Me dá seu filme que tá tranquilo”. Aí ele me deu e foi embora. Depois que revelei deu para ver que ele estava há pelo menos duas horas tirando foto da gente. Dois dias depois chegou a carta lá em casa. Tinha o remetente do meu local de trabalho, para minha casa, assinado Carlos Coimbra Cabral, que é um nome fictício, mas tem a sigla CCC. E a carta era profissional, dando passo a passo de onde eu morava, a placa do meu carro, a empresa onde eu trabalhava, o que eu tinha feito na última semana, inclusive o ato na Praça XV, dizendo: “Não gostei do que você fez, atacou um trabalhador fazendo o seu serviço, isso não se faz”. E terminava: “Não estamos dormindo. Nosso braço é longo. Assinado: Comando de Caça aos Comunistas”. Aí eu denunciei, o Tortura Nunca Mais divulgou uma nota e depois andei recebendo uns telefonemas, mas foi diminuindo.
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Feliz Natal!

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Não importa quem governa


Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana.


Mikhail Bakunin

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O mundo se cristaliza, se mumifica lentamente dentro das ataduras de suas fronteiras, de suas fábricas, de seus tribunais, de suas Universidades. O Espírito "gelado" range entre as lâminas minerais que o oprimem. E a culpa é de vossos sistemas embolorados, de vossa lógica de dois-e-dois-são-quatro; a culpa é vossa, Reitores, apanhados na rede de silogismos. Fabricais engenheiros, magistrados, médicos a quem escapam os verdadeiros mistérios do corpo, as leis cósmicas do ser - falsos sábios, cegos para o além, filósofos que pretendem reconstruir o Espírito. O menor ato de criação espontânea constitui um mundo mais complexo e mais revelador que qualquer sistema metafísico.
Deixa-nos, pois, Senhores - sois tão somente usurpadores. Com que direito pretendeis canalizar a inteligência e dar diplomas de Espírito?


Antonin Artaud
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Manifesto Pornô



● Antes de dominar a palavra escrita, o homem já desenhava sacanagem nas paredes das cavernas
● Masturbação literária não gera porra nenhuma
● Arte é penetração e gozo
● Trepar, parir e criar fazem parte de um mesmo processo
● O Pornopoema vai pôr no poema
● Os caras do poder baixam o pau com medo de baixar as calças...e acabar (rasurado) levando pau
● A rapaziada tá cagando pra literatura oficial
● Pela suruba literária: um processo concreto da praxis marginal na sacanagem tropical, al, al
● O poema pornô taí pra abrir as pernas e as idéias
● Viva o BUM da poesia, em toda arte, em toda parte




Cairo Assis Trindade, Eduardo Kac, Mano Melo, Tanussi Cardoso, Aclyse de Mattos, Claufe - 1980
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Ode

Ode ao burguês

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros!
Que vivem dentro de muros sem pulos,
e gemem sangue de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os "Printemps" com as unhas!
Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará Sol? Choverá? Arlequinal!
Mas à chuva dos rosais
o êxtase fará sempre Sol!
Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
Ao burguês-cinema! Ao burguês-tiburi!
Padaria Suíssa! Morte viva ao Adriano!
"- Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
- Um colar... - Conto e quinhentos!!!
Más nós morremos de fome!"
Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! Oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante!
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!
Fora! Fu! Fora o bom burguês!...


Mário de Andrade
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Perdeu... Perdeu...

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"Cacias do Sul"

Caxias do Sul é a segunda maior aglomeração populacional do ex-estado do Rio Grande do Sul, e atual província dos Estados Unidos do Sul(Perdendo apenas para o Território Independente de Ana Rech). Com cerca de trocentos mil habitantes (IBGE: 1900 e fumo de corda), é o primeiro pólo metal-melódico do país e um dos maiores do Mundo.

Além disso, é a terra do vinho, galeto, polenta com queijo, polenta frita, polenta na chapa, polenta mole, polenta brustolada e, ocasionalmente, da uva e das garotas de programa.. Também é muito conhecida pelo fato de ser a única cidade do mundo na qual os motoristas passam quando o semáforo está vermelho e, principalmente, param quando está verde.


História

A cidade surgiu em 1800 e bolinhas com o início da invasão italiana ao antigo Rio Grande do Sul. Os invasores vieram à República das Bananas, por eles conhecida como Brasil, em busca de árvores de salame e formaio. Antes da sua chegada, a região era conhecida como Campo dos Bugres, pois era habitada por manos do rap.


Décadas mais tarde, Caxias se emancipou de São Sebastião do Caí quando ele ainda estava de pé, e, em 1900 e guaraná com rolha, foi elevada à categoria de cidade. Entretanto, nos últimos anos, Caxias entrou em decadência, e encontra-se atualmente na Série C do Campeonato Brasileiro.


Atrações:


Festa da Uva


A cada 2 anos é realizada a Festa da Uva, quando se comemora, entre outras coisas, a uva. O evento dura cerca de duas semanas, em que são realizados no centro da cidade desfiles com carros alegóricos retratando a batalha de Goku contra Freeza, apurrinhando, assim, o saco do bom trabalhador, o qual torna-se obrigado a aturar a Estrada Federal-Planetária Sinimbu, fechada.


Nos meses que antecedem a festa são escolhidas as princesas e a rainha da Festa da Uva. As candidatas são submetidas a duras provas de resistência, como amassar uvas com os pés, fazer rafting no rio Tega, fabricar o salame mais comprido e comer mais uvas em 30 minutos.


Bairro Canyon


Considerada uma das maravilhas do mundo, o Grand Bairro Canyon surgiu naturalmente após milhares de anos de erosão causada pelo leito do Rio Tega. Sua ostentante beleza atrai cerca de 12 milhões de turistas por ano.


Ana Rech


É dificil de se acreditar, mas é em Caxias do Sul onde podemos encontrar a maior aglomeração populacional dos Estados Unidos do Sul, o bairro separatista de Ana Rech, que por seu tamanho, ganha da própria Caxias do Sul em todos os quesitos economicos e sociais. De tão importante que é, a separatista Ana Rech merece um artigo próprio, muito mais completo e didático que questa bosta feita porr un cassiense desocupado ... cramentola!


Faxinal


A represa do Faxinal abastece a grande Caxias, por ser uma construção monumental, virou atração turística. Os projetos de Itaipu e Três Gargantas são cópias Paraguaias e Chinesas, respectivamente.


O Faxinal, de tão imenso que é, só poderia ser feito em um lugar que pudesse comportar tamanha engenharia, por isso, o bairro de Ana Rech foi o escolhido.


Uvas Elétricas


Caxias do Sul é o único lugar do mundo onde nasce uma variedade de uva que apresenta a capacidade de dar choques elétricos de mais de 220V: o suficiente para fazer um homem gritar "Haii iaiii!!!" e para jogá-lo a 2 metros de distância, como comprova Lasier Martins neste incrível documentário:


http://youtube.com/watch?v=U9CXtycJz_g


Parque dos Maconheirinhos


Uma belíssima área verde localizada próximo ao centro da cidade, onde todo cidadão de bem pode freqüentar sem medo algum, levar suas crianças para brincar, praticar esportes e fumar seu baseadinho. Há também um freqüente encontro de emos, metaleiros e robôs gigantes.


Parque do Sol


É em Caxias do Sul que está localizado o maior edifício dos Estados Unidos do Sul, misteriosamente chamado de Parque do Sol. Seu nome foi tirado da cabeça do arquiteto maluco, homem-macaco nascido em Caxias, e que projetou esse belíssimo monumento completamente bêbado.


Sua altura é quase impossível de ser medida, visto que a construção de mais andares é contínua. No último censo, realizado em 1969, durante o lançamento da Apollo 11, chegou-se a incríveis 856 quilômetros de altura. Estima-se que, após essa contagem, 3 mil andares de escritórios, somente de escritórios, foram construídos.


Times de Futebol


Os 2 maiores times de futebol de Caxias do Sul são o Esporte Clube Juventude (pronuncia-se Zuventude), clube mais conhecido como Irreal Madri da Rodoviaria, e o S.E.R. ou não S.E.R. Caxias (Cacias), vulgo Flamenguinho da Rodoviária, os quais são, respectivamente, o 3º e 4º maiores difusores no estado da clássica arte de se pegar nas bolas.


Juventude:


Maior equipe da região da Polenta do Sul, tem uma torcida doente. A doença, essencialmente mental, é o motivo primordial para que a inexistência de torcedores, que ainda se mantém intacta, seja explicada. (Time composto por "pipoqueiros" que tem medo de dividir uma bola, se eles sabem o que é isso, não, não sabem). Conhecida como a equipe que tomou 8IT8 do time reserva do Inter, numa final do Rio Grandense e tornou-se mundialmente conhecida por ser criadora da canção de estádio (posteriormente adotada por torcidas européias) possuidora da seguinte letra:
Baguio tá tenso, baguio tá tenso, baguio tá tenso ô ô ô

Baguio tá tenso, baguio tá tenso, baguio tá tenso ô ô ô

Baguio tá tenso, baguio tá tenso, baguio tá tenso ô ô ô

Baguio tá tenso, baguio tá tenso, baguio tá tenso ô ô ô


Caxias:


Encrustado no cemitério municipal, o quinto maior time do estado é mais um empreendimento da [[[Voges]]] Corporation. Seus maiores títulos são de Rainha da [[[Festa da Uva]]] e um gauchito achado do nada... Time de extrema competencia, garantiu vaga antecipada para a série C de 2009 ao não passar por times como [[[Toledo]]]
Canção principal:

Grená eô! Grená eô! (repete 3782445739²x)


Perfil dos Moradores


Na grande maioria (156% da população), a cidade é composta por agroboys (colonos, ou seja, caipiras "modernos", típicos da região).


O restante (0.0333%) é formada por Emos, Metaleiros e outras mutações. É do gentílico caxiense considerar-se uma espécie de semi-deuses (comparáveis a Chuck Norris, Capitão Nascimento e outros clássicos dessa classe), ao pensar que Caxias é uma espécie de metrópole nacional, maior até mesmo que Porto Alegre, visto que o seu exemplo mais aceito de uma metrópole é o da Capital, já que não se conhece nada além da fronteira do seu estado sonhador-separatista.


São conhecidos pelo fato de colocar um terno e se acharem elegantes, ou mesmo pelo sonho distante de morar em POA.


São facilmente reconhecíveis à distância, uma vez que conversar emitindo um som abaixo de 100 decibéis é colonamente inalcançável.


Lista de Popularidade


As pessoas mais conhecidas em Caxias:


Velho da casquinha;

Iotti;

Danna(e seu audi);

João Pulita;

Assis Melo;

Aloir de Oliveira Júnior;

Aloir de Oliveira (não junior);

Paulo Pasini;

Ottavio Frizzo.

Germano Rigotto, ex-presidente dos Estados Unidos do Sul

Jozé Ivo Sartori, (ou gringo), ex-atual e ex-próximo prefeito

Gilberto "Bebê" Vargas, ex-atual e ex-próximo prefeito

Padre Eugenio Jordani

Marilia total flex(zagueiro do cacias)


Férias


O povo da cidade tem como grande afeição as praias de Areias Brancas, além de freqüentar, também com muita freqüência, a região de Curaçal (Arroio do Sal e Curumim)e Curuxeira(Curumim e Arroio Teixeira). Deslocando-se em massa, destruindo com o pouco de Rota do Sol disponível, até, enfim, chegarem a estas belas praias do litoral gaúcho, conhecidas mundialmente por sua água marrom e fria e por pontos de encontro requintados como o Chopão.


A elite da cidade passa o verão em Towers Beach , onde praticam a famosa corrida do guarda-sol, que se trata de alcançar o guarda-sol carregado pelo Nordestão antes que ele vá muito longe e acabe acertando aquela velha tomando sol. Um esporte perigoso, que geralmente termina com um milho na areia ou uma cuia de chimarrão virada..


Transporte


Atualmente, existe uma empresa responsável pelo monopólio do sistema de transporte da cidade, a Visate (Viação Aérea Santa Paciência), empresa a qual possui os melhores serviços de transporte público, privado e erótico do país, excetuando-se todos os outros, evidentemente. É também a única empresa das Américas que estampa em seus ônibus a placa "Não Fale com o Motorista! Senão com que mãos ele vai dirigir?".


Todo último domingo de cada mês, a Visate organiza o dia do Passe Livre, dia onde a passagem é totalmente de grátis!! Também conhecido como o "Dia em que as mães das camadas pobres da cidade levam seus filhotes para ver os outros tomarem sorvete no Shopping"... E também um dia muito famoso pelo adorável cheiro de CC (Cheiro de Çuvaco) que fica solto no limpido ar dessa Megalópole. Simplesmente um Luxo!


Celebridades


Radicci


Radicci, o perfeito exemplar de um colono e um exemplar de colono perfeito. Famoso por seu personagem Radicci, Iotti é o nome do filho da mãe que nos impede de ouvir o Pretinho Básico toda Santa Sexta-Feira (non confundir com Sexta-Feirra Santa), pois toma conta do espaço nobre radialistico com seu inenarrável programa [["Demo Via Let's Go"], no qual ainda hoje conta as mesmas piadas velhas e sem graça que contava há mais de vinte anos, quando criou o personagem.


Conhecido por seus conterrâneos como o único caxiense que deu certo na vida (os outros se recusaram a dar) é cartunista do maior jornal da cidade, o The Pioneiro Times. Os quadrinhos se repetem no mínimo quatro vezes por semana, e como as piadas, são os mesmos de vinte anos atrás.


Já demonstrou interesse em concorrer a prefeito nas próximas eleições, tendo como principal adversário o atual prefeito, Sr. Véio da Casquinha.


Danna


Cidadão ilustre que se tornou conhecido graças ao seu enorme talento fotográfico. Seu trabalho mais divulgado e requintado reflete sobre a importância do freio de mão de seu Audi no desenvolvimento da humanidade contemporânea.

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Paula Cassandra
Jornalista MTB 12324

"não queremos a morte dos homens mas a abolição de posições e coisas""
Bakunin

HASTA SIEMPRE!
E AVANTE!
Abraços!
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Compasso Político