Das coisas que não fiz

sábado, 11 de junho de 2011

Sem querer parecer dramático, mas para deixar aqui um pouco de mim em função das coisas que leio sobre o que acontece no mundo. As que mais me marcaram e ainda marcam são oriundas do continente africano. É lógico que nenhum lugar está livre das falácias governamentais que tentam justificar atos desumanos. No entanto, é para o outro lado do Atlântico que vira e mexe me volto a pensar.

Tenho amigos e amigas que vivem em Moçambique e Angola, cujo oportunidade tive de conhecê-los quando vieram para o Brasil fazer intercâmbio. Alguns resolveram continuar em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Entretanto, outros voltaram para ajudar o país de origem. Certos lugares da África me lembram o Piauí. Lá ou você é rico, ou você é pobre. Não existe uma classe intermediária. Num banco de madeira sentado para almoçar, logo atrás corre o esgoto por uma vala a céu aberto e os urubus além de sobrevoar o local, pousam ao seu lado semelhante aos pombos em frente a prefeitura porto alegrense.

Vejo muita gente realizando sonhos. Uns vão para a França, Espanha, Austrália, Estados Unidos. Outros para Portugal, Inglaterra, Canadá. Cada um com seus sonhos e oportunidades. Me lembro quando li pela primeira vez A Erva do Diabo, de Carlos Castañeda, talvez de forma precoce, por que eu realmente era muito novo. Porém, aquele relato se apossou de mim de uma forma que poucos livros conseguiram ou conseguem. O fato é que a história se passa no México e o que me chamou a atenção foi a antropologia.

Eu já tinha uma paixão por história e geografia, quem sabe por minha mãe ser socióloga. Mas, após ler aquele e os demais livros do autor a curiosidade de conhecer outros povos cada vez mais se acentuou. Nunca fui ou quis ser abonado. Nasci na capital, mas tive muitas oportunidades de ir ao interior conhecer a lida no campo. Apesar de sempre morar em apartamento, meus pés muitas vezes pisaram a terra seca ou molhada de favelas, assim como as pedras irregulares das calçadas.

Meus melhores amigos nunca foram os ricos, pelo contrário. Sempre tive maior afinidade pelo futebol de pés descalços, aquela malandragem muleque e posso afirmar que a escola da vida é a rua. Se tivesse um lugar que eu pudesse visitar seria com certeza o continente africano. Tem-se falado muito por aqui em Coréia do Sul, China, Argentina, Portugal, entre outros países quanto a importação e exportação. Acordos, investimentos e projetos modelos. Na África, apenas o sofrimento de muitos e a desproporcional felicidade de poucos.

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