A transferência de 181 famílias da Vila Chocolatão, no bairro Centro, em Porto Alegre, que estava prevista para o dia 30 de março, foi adiada para a segunda quinzena de maio. Enquanto isso, há 27 anos, cerca de 800 pessoas vivem no terreno irregular em meio a prédios de órgãos públicos com o risco diário de incêndio. O último ocorreu no dia 8 de março e destruiu quatro casas. Conforme o comandante do primeiro comando regional de bombeiros, Humberto Teixeira Santos, três fatores dificultam o trabalho dos bombeiros: o material das casas (madeira), acesso ao local e as instalações irregulares de fios elétricos.Segundo o Coordenador Municipal da Defesa Civil, Leo Bullying, a única saída para evitar novos incêndios é a retirada das famílias. Os moradores da Vila Chocolatão serão atendidos pelo Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. De acordo com o Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação, Humberto Goulart, não basta apenas reassentar as famílias, elas precisam de outro meio de sobrevivência. "Elas sobrevivem da coleta de lixo no centro da cidade. Por isso, é necessário que elas sejam capacitadas para ter um outro meio de obter remuneração", afirma.
Quem também alerta para a necessidade de uma política de educação e alternativas para os moradores é a presidente da Câmara de vereadores de Porto Alegre, Sofia Cavedon. "Essas pessoas estão acostumadas a coletar lixo, para reciclar e vender metais, plástico, etc... Quando forem realocadas, elas terão de ter outro meio para sobreviver, e isso, estamos cobrando da Prefeitura", destaca.
Os moradores da Vila Chocolatão serão transferidos para a Avenida Protásio Alves, bairro Morro Santana. As novas residências serão de alvenaria e irão seguir o mesmo padrão do Programa Federal Minha Casa, Minha Vida.
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