A Rua Mestre Macedinho, no bairro Nonoai, zona sul da Capital, é uma das 40 áreas de risco mapeadas pela prefeitura. Seus moradores convivem com riscos de deslizamento, encanamento precário, ligações irregulares de energia elétrica e árvores cujos galhos podem cair sobre as residências. De acordo com o presidente da associação da comunidade Mestre Macedinho, Joice Silvello, há mais problemas. "Aqui estamos lutando por uma creche, pela poda de árvores, por que tem galhos que perigam cair sobre casas. Mas eu não aguento mais ficar cobrando todo o dia uma atitude dos órgãos que vêm aqui e não fazem nada, só prometem", afirma.Para um morador que não quis se identificar, o principal medo é perder a casa e todo o investimento que fez. Ele não vê risco de ter construído sua moradia em uma encosta. "Eu estou construindo minha casa aqui. Furei uns 20 centímetros de rocha, para que não tenha problema. Mas a SMAM quer embargar minha obra. Meu material todo já foi comprado, como é que eu vou ficar? Eu não tenho dinheiro para contratar engenheiro e arquiteto", destaca.
De acordo com o secretário-adjunto da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre, André Carús, a avaliação dessas zonas é criteriosa. Não será permitida a permanência de ninguém, por mais apegado que o morador seja à atual casa.
Desde o início de 2010, foram retiradas 978 famílias que moravam em áreas com algum tipo de risco em Porto Alegre. Amanhã, a última reportagem da série mostra a Vila Chocolatão, que convive permanentemente com o risco de incêndio por causa das ligações irregulares de energia.
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