Construção da usina de Belo Monte na Bacia do Rio Xingu e a polêmica adormecida

domingo, 27 de fevereiro de 2011

No rebola de cá, no rebola de lá, no vem e no vai... Essa música que coloco aqui é bem antiga. Tem mais de 20 anos e nada foi resolvido ainda. A hidrelétrica de Belo Monte, na Bacia do Rio Xingu, em parte paraense, atualmente, considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, é alvo de intensos debates na região, desde 2009, quando foi apresentado o novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) intensificando-se a partir de fevereiro de 2010, quando o Ministério do Meio Ambiente concedeu a licença ambiental prévia para sua construção.


I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, reuniu três mil pessoas - 650 eram índios

As últimas construções da Região Norte do país, como as da usina hidrelétrica de Tucuruí (PA) e Balbina (AM), nas décadas de 1970 e 1980, são exemplos e prova. "Desalojaram comunidades, inundaram enormes extensões de terra e destruíram a fauna e flora daquelas regiões. Balbina, a 146 quilômetros de Manaus, significou a inundação da reserva indígena Waimiri-Atroari, mortandade de peixes, escassez de alimentos e fome para as populações locais". (http://www.socioambiental.org)

O contra, que era o abastecimento de energia elétrica da população local, não foi cumprida. O desastre foi tal que, em 1989, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), depois de analisar a situação do Rio Uatumã, onde a hidrelétrica fora construída, concluiu por sua morte biológica.

Em Tucuruí não foi diferente. Quase dez mil famílias ficaram sem suas terras, entre indígenas e ribeirinhos. Diante desse quadro, em relação à Belo Monte, é preciso questionar a forma anti-democrática como o projeto vinha sendo conduzido, a relação custo-benefício da obra, o destino da energia a ser produzida e a inexistência de uma política energética para o país que privilegie energias alternativas.

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