De qual tribo você é?

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Associações, clubes, comércios, relação interpessoal, etc... Repararam as diferentes linguagens que usamos durante o dia? Com quantas pessoas falamos? Do simples e jovial oi suburbano, ao discurso de bobagens no chuveiro?

Pois, ao pegar o carro dar uma volta e estacionar, vem um flanelinha e diz: - Vem dando ré cumpadi! E eu concentrado nos retrovisores para não me perder...

- Vem. Pode vir!

Parei o carro naquele momento - atravessado do jeito que estava - desci e fui olhar para conferir onde eu estava estacionando, para ver se aquele lugar não era dele. Se tinha o nome dele na rua, algo do tipo, um CNPJ, um gerente, um administrador. Entretanto, não. Voltei ao carro e estacionei.

- Bem guardado senhor!

Me veio na veneta imagens de placas com valores por hora, comuns em estacionamentos particulares, nada mais que normal, caros os valores cobrados, mas normal. E continuei pensando sobre o assunto, porém, com relação a uma simples rua, onde estacionam quaisquer veículos. Sabe quanto os flanelinhas cobram dependendo da rua e do horário? De R$ 1,00 a R$ 10,00 reais. E ai! Se der em moeda! Se for em moeda pode mudar de rua que na próxima vez o carro aparece lanhado.

Fiz o que tinha que fazer e fui pegar o carro para ir embora. Quando coloquei a chave na fechadura da porta do carro, me vem o flanelinha correndo feito uma garça despenada e abanando um trapo de pano.

- Bem cuidado! Bem cuidado!

Eu não abri a porta e esperei ele se aproximar. Perguntei o nome dele, quanto tempo ele estava ali na rua. Se tinha filhos, família, um outro emprego.

O nome não vem ao caso, mas disse estar fazendo aniversário de um ano naquela rua. Apurei que ele faz suas necessidades em um banheiro, que fica no estacionamento de um prédio, mas os moradores não sabem, ou se sabem, não se incomodam. Tem média estatura e poucos dentes para um belo sorriso.

Seu filho o acompanha sempre, entretanto, fica brincando com paus e pedras e alguns brinquedos que ganha dos moradores. Alega que a esposa trabalha como empregada doméstica e não tem como ficar com os filhos. Então são mais de um deduzi. O outro é mais velho ele disse.

Mais além, depois de questioná-lo tive de dizer que não tinha o que dar a ele por ter cuidado do carro.

- Não precisa, você é um dos poucos que se interessam pelo o que passamos.

Até mais!


1 comentários:

Pri Sodré disse...

Bom hein!
Virei sua fã.

Um abraço, Priscila, ssa.

 
Compasso Político